terça-feira, 26 de janeiro de 2016


Um dos estudos primordiais para o ator é o da História do Teatro.


Uma análise do que foi o desenvolvimento da arte dramática através do tempo, seus momentos mais significativos, suas realizações mais dignas de permanência como memória de um passado, ou como atualidade de uma função.

Tudo isso poderia ocupar uma biblioteca de Alexandria ou como ocorre também, um resuminho na internet.

O que é bom, é reunir ao alcance de qualquer leitor interessado ou estudioso, um apanhado que dê conta, crítica e historicamente, deste vasto universo de realizações e criações que se inscreve no histórico e no sentido do existir do homem neste mundo, que é elaborar o seu espírito em feições cada vez mais novas, como é o caso do papel de suas várias expressões na cultura, nas artes e na ciência.

Este apanhado de informações existe em o livro "História Mundial do Teatro" - de Margot Berthold.

Esta autora é uma mulher sensacional, uma intelectual como nunca antes visto no ramo da História da Arte e do Teatro. E vamos passar alguns de seus conhecimentos aqui.

Falar do Teatro do mundo  é como apresentar uma única pedra e esperar que o leitor visualize toda uma estrutura de construção a partir dela.

Mas vamos começar:
O mistério do Teatro reside numa aparente contradição: como uma vela, o teatro consome a si mesmo no próprio ato de criar a luz.
Um quadro ou estátua possuem existência concreta, como um filme também.

Porém, uma vez terminado o ato de sua criação, um espetáculo teatral que termina, desaparece imediatamente no passado.
Embora o teatro não seja um museu, as múltiplas formas contemporâneas de teatro constituem algo como um musée imaginaire capaz de ser transformado em experiência imediata.
Todas as noites oferecem-se ao homem, dramas, encenações e métodos de direção que foram desenvolvidos ao longo dos séculos. Esses elementos são adaptados ao gosto contemporâneo, retrabalhados.
Diretores e atores recriam, os autores reformulam temas tradicionais em adaptações modernas.
Um esforço bem-sucedido enfeitiça o espectador, cria resistência, provoca discussões e faz pensar.

Nenhuma forma teatral, nenhum antiteatro é tão novo que não tenha analogia ao passado.
E enquanto o Teatro for comentado, combatido - e as mentes críticas têm feito isso sempre - guardará seu significado. Um teatro de não-controvérsia poderia ser um museu, uma instituição repetitiva, complacente. 

Mas um teatro que movimenta a mente é uma membrana sensível, propensa à febre, um organismo vivo. E é assim que ele deve ser.















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