quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O teatro é tão velho quanto a humanidade



Existem formas primitivas de Teatro desde os primórdios do homem. A transformação numa outra pessoa é uma das formas arquetípicas da expressão humana.
O raio de ação do Teatro inclui a pantomima de caça dos povos da idade do gelo e as categorias dramáticas diferenciadas dos tempos modernos.

O encanto mágico do Teatro, num sentido mais amplo, está na capacidade inexaurível de apresentar-se aos olhos do público sem revelar seu segredo pessoal.

A interpretação no teatro pressupõe duas coisas: a elevação do artista acima das leis que governam a vida cotidiana, sua transformação no mediador de um vislumbre mais alto, e a presença de espectadores preparados para receber a mensagem desse vislumbre.




A diferença essencial do teatro primitivo e do teatro contemporâneo é o número de acessórios cênicos à disposição do ator para expressar a sua mensagem. Na cultura primitiva o artista arranja um chocalho de cabaça e uma pele de animal; a ópera barroca mobiliza toda a parafernália cênica de sua época. Ionesco desordena o palco com cadeiras e faz uma proclamação surda-muda da triste nulidade da incapacidade humana. O século XX pratica a arte da redução. Qualquer coisa além de uma gestualização desamparada ou um ponto de luz tende a parecer excessiva.




Voltando ao teatro primitivo, no livro "Cenalora" de Oskar Eberle, está escrito: 

"O teatro primitivo real é arte incorporada na forma humana e abrangendo todas as possibilidades do corpo informado pelo espírito; ele é, simultaneamente, a mais primitiva e a mais multiforme, e de qualquer maneira a MAIS VELHA ARTE DA HUMANIDADE. Por essa razão é ainda a mais humana, a mais comovente. Arte imortal."

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