terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A chegada do som no Cinema.


Em agosto de 1926, a Warner Bros. em dificuldades financeiras, apresentou o primeiro programa sincronizado utilizando o sistema de som em discos Vitaphone. Era uma alternativa à música ao vivo nas salas de exibição, em particular orquestras e performances.
Por isso, "Don Juan" (1926), com John Barrymore, o primeiro longa-metragem sonoro, não era falado: uma trilha musical gravada em discos acompanhava as imagens, poupando o exibidor do custo de uma orquestra.

Depois de "O cantor de Jazz" ( 1927), que tinha gravações de músicas e alguns diálogos sobrepostos com sincronia labial, seu sucesso levou à instalação de equipamentos de gravação e projeção sonora em estúdios e cinemas.
Em 1929 milhares de salas já estavam equipadas com som, e dezenas de filmes mudos ganharam sequência de diálogos gravados.

A chegada do som causou abalos em toda parte.
 Depois, teve o sucesso dos filmes "falados"  que provocou a corrida de estúdios e cinemas por novas tecnologias.

Os países começaram a exigir diálogos em suas línguas, levando à diversificação do mercado internacional, até então dominado por Hollywood. As poucas tentativas de produzir filmes multilíngues não funcionaram, como o oneroso "Atlantic" ( 1929), de E. A. Dupont, gravado em inglês, francês e alemão, com três elencos diferentes.

O som não afetou só o conteúdo e o estilo dos filmes, mas a estrutura da indústria. O efeito artístico foi a imobilização da câmera e da ação nos estúdios.

Apesar do sucesso de bilheteria, muitos dos primeiros filmes falados eram de má qualidade. Eram peças adaptadas, repletas de diálogos, atuações artificiais, com atores inexperientes, e câmera ou microfone imóveis.

O período de transição de Hollywood para os falados foi inteligentemente recriado em "Cantando na Chuva", (1952).



Os roteiristas também precisaram dar mais ênfase aos personagens, e os letreiristas perderam o emprego.

Reproduziam-se nas telas espetáculos da Broadway, mas aos poucos, diretores e técnicos aprenderam a disfarçar o ruído das câmeras, deixar o cinegrafista livre e mobilizar microfones e equipamentos de gravação, ou seja, a ser servidos pela nova tecnologia. Então, tudo mudou.
Os falados vieram para ficar. 





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