terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Atuação Mecânica: em Manual do Ator de C. Stanislavski.

Na atuação mecânica não há a necessidade de um processo vivo. Alguns desses clichês tornaram-se tradicionais, e são transmitidos de geração a geração. 

O tempo e o hábito constante modificam até mesmo as coisas sem sentido, transformando-as em algo que nos é próximo e caro. 

Não importa quão hábil um ator possa ser em sua escolha de convenções cênicas: devido à qualidade mecânica que lhes é inerente, ele não pode comover os espectadores por intermédio delas, e então busca refúgio no que chamamos de emoções teatrais. Estas são uma espécie de imitação artificial da periferia dos sentimentos físicos.

O pior de tudo é que os clichês preencherão todos os espaços vazios de um papel a que o sentimento vivo ainda não conseguiu atribuir um corpo sólido. Além do mais, em geral os clichês precedem ao sentimento, razão pela qual um ator deve proteger-se com o máximo de consciência contra esses artifícios. 

Isto se aplica inclusive aos atores de grande talento, capazes de verdadeira criatividade.

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