sexta-feira, 20 de novembro de 2015


Sobre Meyerhold e Brecht


Meyerhold:


Encenador/diretor russo, simbolista, reivindica uma uma mise en scène capaz de "deixar à imaginação do espectador a liberdade de completar o que não foi dito", de desvelar a essência etérea, a alma inefável, do drama simbolista.

A palavra, diz ele,  não é na obra dramática um instrumento bastante poderoso para expressar o universo do "além" interior ou  superior. Cumpre acrescentar-lhe a gestualidade para lhe dar a devida forma significante.

Muito do que as personagens não dizem, ou do que é indizível exprime-se em posturas corporais, faciais e gestuais que revelam linha de força, vetores de sentidos e portadores de alusões que falam a linguagem do não-verbalizável, em seus diferentes níveis, e se constituem em verdadeiros emblemas da significação.

É preciso, para a devida recriação do imaginário de quem assiste à representação, que a palavra e o gesto obedeçam cada qual o seu ritmo próprio, nem sempre coincidente um com o outro.

O cenário deve obedecer ao mesmo princípio icônico, visando não a diluir, mas a concentrar e a concretizar o movimento do ator e o essencial de seu desempenho cujo produto de outra parte, visto pelo efeito externo de sua configuração, deve ser, na sua substantivação hierático- simbólica, a da arte do alto relevo e da estatuária.

Chega de teatro da "convenção consciente", a rampa é abolida, o palco desce ao nível da orquestra, o espectador é considerado como autor, encenador e diretor: o 4º criador do espetáculo. É consciente em todos o momento de que o ator representa.










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