Provavelmente o ensinamento de maior importância de Stanislavski em relação à
Conduta do ator:
No livro "Manual do Ator", é comentado sobre se os atores utilizam seus próprios sentimentos.
"Será que devemos usar nossos mesmos e velhos sentimentos?
Em todo tipo de papel? De Hamlet a Sugar, em O pássaro Azul?
Um ator inventa todo tipo de novas sensações ou até mesmo uma nova alma para cada papel que interpretar?
Ele pode desfazer-se de sua própria alma e substituí-la por outra, que alugou por ser mais adequada a um determinado papel? Onde poderia obtê-la?
Podemos tomar emprestadas coisas de todos os tipos. Podemos compreender um papel, simpatizando-nos com a pessoa representada e colocarmo-nos em seu lugar, de modo a agir exatamente como ela agiria.
O artista deve ser o senhor de sua própria inspiração, e precisa saber evocá-la na hora exata anunciada pelos cartazes do teatro.
Este é o segredo fundamental de nossa arte.
Suponhamos que um ator, numa produção cuidadosamente preparada, afaste-se tanto da verdadeira representação de seu papel, que passe a atuar de forma rotineira e inteiramente mecânica.
Terá ele o direito de fazê-lo?
Ele não participou sozinho da produção da peça, nem é o único responsável pelo trabalho realizado da mesma.
Num empreendimento desse tipo, cada um trabalha por todos, e todos por um.
Deve haver um sentimento recíproco.
Não deve ser aceita nenhuma forma de estrelismo, mesmo que o ator tenha um excelente talento, o esforço criador em comum é a raiz da arte que praticamos. É uma atividade que requer uma atuação em conjunto, e quem quer que destrua este esforço comum, está cometendo um crime. Contra a própria arte à qual se dedica.
O público gosta de nos ver em peças em que temos um superobjetivo claramente definido, e uma linha de ação contínua bem desenvolvida.
Isto inclui tudo: Atuação em conjunto, bons atores e uma compreensão adequada da peça produzida.
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