quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A Commedia Dell´Arte







Uma das tradicionais cenas da Commedia del´Arte, um bufão aparece em cena e tenta vender uma casa, elogiando-a grandemente, descrevendo-a com brilho e, para provar seu ponto de vista, apresenta uma única pedra da construção.

Dessa forma, falar de Teatro, é apresentar uma única pedra e esperar que o leitor visualize.

A Commedia dell´Arte surgiu no séc XVI, exerceu grande fascínio por quase toda a Europa. Influenciou atores, dramaturgos como Goldoni, Molière, Ruggero Jacobbi, Meyerhold, Jacques Lecoq, Dario Fo. Tiche Vianna, e professora da Universidade Anhembi Morumbi, Débora Serretiello no Brasil.

Commedia dell´Arte: comédia da habilidade.

Isto quer dizer arte mimética segundo a inspiração do momento.

Improvisação ágil, rude e burlesca. Jogo teatral primitivo como os atelanos haviam apresentado em seus palcos itinerantes: o grotesco de tipos segundo esquemas básicos de conflitos humanos, a inesgotável, infinitamente variável matéria-prima dos comediantes dos grandes teatros do mundo.

Isto também significa domínio artístico dos meios de expressão do corpo, reservatório de cenas prontas para a apresentação e modelos de situações, combinações engenhosas, adaptação espontânea do gracejo à situação momento.

Quando o conceito de Commedia dell´Arte surgiu na Itália, no começo do século XVI, os atores eram artesãos de sua arte, a do teatro.

Foram os primeiros atores profissionais!

Tiveram por ancestrais os mimos ambulantes, os prestidigitadores e os improvisadores.
Seu impulso imediato veio do carnaval. A Commedia dell´arte estava enraizada na vida do povo, vivia da improvisação e estava em contraposição ao teatro literário dos humanistas.

A fixação de tipos pelo dialeto tornou-se traço característico da Commedia dell´Arte, o contraste da linguagem, status, sagacidade ou estupidez de personagens predeterminadas assegurava o efeito cômico. A tipificação levava os intérpretes a especializar-se numa personagem em particular, num papel que se lhes ajustava tão perfeitamente e no qual se movimentavam tão naturalmente, que não havia necessidade de um texto teatral consolidado.

Bastava combinar antes do espetáculo o plano de ação: as intrigas, desenvolvimento e solução.
Os detalhes eram deixados ao sabor do momento. Todas as piadas e chistes ao alcance das mãos, os trocadilhos, os mal-entendidos, jogos de prestidigitação e brincadeiras pantomímicas que sustentaram os improvisadores por séculos.

Depois na Commedia dell´Arte entra o lazzi, truques pré-armados que adquiriram uma função dramatúrgica e tornaram-se as principais atrações de determinados atores. O lazzo da mosca é hoje uma obra-prima pantomímica de "Arlequino, Servidor de dois Amos", obra de Goldoni.

Quando Charles Chaplin, em silencioso esquecimento de si mesmo, come os cordões dos sapatos em vez de macarrão, está saudando o brilho dos lazzi da Commedia dell´Arte.

Um vídeo geral para pesquisa de Commedia Dell´Arte:




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